terça-feira, 27 de abril de 2021

QUEIMADAS - 7 ANO - ENSINO RELIGIOSO (DAVI) - INTERNET, QUE ESPAÇO É ESSE? - 27/04/2021

 

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segunda-feira, 26 de abril de 2021

Frases de Kant








“A filosofia (. . . ) é também um meio para afugentar certos sentimentos desagradáveis e, ao mesmo tempo, uma agitação do ânimo que introduz um interesse na sua ocupação (. . . ) traz consigo um sentimento de força e capaz de compensar em certa medida o enfraquecimento corporal da velhice, graças à apreciação racional da vida”

terça-feira, 16 de março de 2021

sexta-feira, 24 de junho de 2016

O Conveito de Religião em Kant

INTRODUÇÃO 


O presente texto discorre acerca do conceito de religião na filosofia de Immanuel Kant, e, uma vez entendidos os principais pontos do pensamento do filósofo sobre os fundamentos da religiosidade humana, procuramos, ainda, desenvolver a doutrina teleológica em seu conflito com o argumento moral para a existência de Deus, já que, na arquitetônica ético-religiosa que Kant constrói, se faz indispensável o postulado de Deus em sua relação com os fins morais. Para isso, é inevitavelmente necessário perpassarmos as suas mais diversas obras, a fim de extrairmos ao máximo possível a essencialidade de seu pensamento, em busca de uma síntese consistente de suas doutrinas, dentre as quais, aquelas que estão contidos no seu pensamento sobre Religião. Para tanto, consideraremos diversos escritos do filósofo de Königsberg para uma melhor compreensão e aprofundamento das temáticas aqui abordadas. Tal passeio por grande parte de suas obras se dará tanto quanto às matrizes superiores como também àquelas de menor repercussão, porém não menos importantes, também, por serem imprescindíveis para a compreensão do objeto de estudo que nos propomos a dissertar. As diversidades das informações foram devidamente avaliadas durante a produção desta dissertação. Afinal, como traçar parâmetros metodológicos absolutos para uma interpretação exata da religião em Kant, dentro de sua obra tão vasta e erudita? Com efeito, não nos iludimos em pensar que todas estas informações tenham sido avaliadas com a máxima precisão possível, mas, dentro do campo de nossas limitações, podemos dispensar o devido rigor que exigiu a presente pesquisa. Portanto, procuramos extrair os elementos essenciais de uma genuína pesquisa bibliográfica com o intuito de precisar com extensiva precaução e exaustiva atenção os temas propostos neste texto para que o mesmo seja uma referência confiável de pesquisa naquilo que se refere ao seu objeto de estudo. Kant se apresenta como divisor de águas na história da filosofia, não apenas pelo fato de procurar “convergir” em sua filosofia as escolas de pensamento empirista e racionalista, mas, por ter dado novos rumos à forma de se pensar e fazer metafísica. Em seu idealismo transcendental, ou, como o próprio Kant preferia que fosse denominada sua doutrina, de 13 Idealismo Transcendetal ou Crítico1 , diferencia princípio e derivação do conhecimento ao dizer que, todo conhecimento, apesar de principiar na experiência, não deriva, por sua vez, da experiência. Vejamos: Se, porém, todo o conhecimento se inicia com a experiência, isso não prova que todo ele derive da experiência. Pois bem poderia o nosso próprio conhecimento por experiência ser um composto do que recebemos através das impressões sensíveis e daquilo que a nossa própria capacidade de conhecer (apenas posta em ação por impressões sensíveis) produz por si mesma, acréscimo esse que não distinguimos dessa matéria-prima, enquanto a nossa atenção não despertar por um longo exercício que nos torne aptos a separá-los. (KANT, 2001a, p.62). Ao identificar os conceitos de tempo e de espaço como intuições a priori, ou seja, livres da influência empírica por não significarem diretamente objeto algum, Kant, fundamenta suas pretensões e, como o próprio acreditava, se distancia dos idealistas que o antecederam, uma vez que não negou a existência física da natureza, mas tão somente o conhecimento em si da mesma, ou seja, o conhecimento completo de toda substancialidade essencial da natureza. Dessa maneira o discurso kantiano se apresentou sempre como uma espécie de “caminho do meio”, uma via intermediária dentro do idealismo, ou seja, não negou a existência ao mesmo tempo em que não a confirma. Trata-se, pois, daquilo que é possível de ser determinado ou indeterminado. A Divisão Sistemática da Razão Pura No decorrer de nossa pesquisa, percebemos que o filósofo não está preocupado em uma abordagem teleológica cristã, mas numa busca pelas razões conceituais para aqueles termos que transcendem a razão teórico-especulativa. 1 “Quero que o meu idealismo seja chamado crítico [...]. Penso que se lhe poderia dar o nome de idealismo sonhador para o distinguir do precedente, que se chamaria visionário, ambos os quais deveria ser substituídos pelo meu idealismo transcendental, ou melhor, critico”. (Kant, 1988, p. 64). 14 Também, podemos observar que não é seu interesse provar ou negar a existência de Deus, o que fica claro devido às próprias limitações da razão teórica neste sentido, mas sim, assentar, na razão, o conceito ou a ideia de Deus, como um conceito válido e necessário para a completude de toda arquitetônica do pensamento, especialmente no que concerne à religião, onde será verificado não apenas a possibilidade de suas causas, mas também suas finalidades últimas. Por certo que, em quase todas as obras que remetem ao tema da religião em Kant, pelo menos naquelas que foram perscrutadas para a produção do presente texto, há uma mesma definição, em geral, para este conceito, em que sempre o encontramos atrelado à doutrina moral kantiana. Isso é, segundo a nossa leitura, evidentemente verdade. Porém, não é tudo que se pode extrair ou considerar do conceito de religião na filosofia de Kant, isto é, que moral não é sinônimo de religião, porém esta última é posta como finalidade da primeira e que a concede completude. Pois, não basta explicar a religião em Kant partindo de suas premissas morais, não nos é suficiente apenas o enxerto de uma concepção à outra. O que precisamos estar atentos, e, isso se passa por vezes despercebido, em grande parte se não em todos que podemos ter acesso daquelas obras aqui consultadas, as quais tratam do tema proposto, é que a raiz essencial, na qual Kant fundamenta seu pensamento, está profundamente alicerçada em princípios que, historicamente foram organizados pelo cristianismo, como o amor e respeito. Daí que, são as proposições religiosas que, inicialmente instigam o filósofo a desenvolver uma filosofia aparentemente exclusa de qualquer elemento do sagrado cristão, mas que a todo o momento, aflora não uma filosofia da religião moral, mas uma religião filosófica cuja doutrina se estabelece sobre as normas da razão. Isso posto, encontramos diversas interpretações das Escrituras Sagradas cristãs em suas obras com o intuito de promover uma leitura filosófica enxertada em seu sistema. De modo que procura o filósofo embasar suas doutrinas no seu sistema se servindo de inúmeras proposições do livro cristão, o que nos prova que Kant jamais se afastara de suas raízes, mas severamente expôs suas opiniões e provou, na modernidade, que a religião está acima do dogma. A adaptação dos principais preceitos cristãos às normativas da razão, bem como a ampliação da razão numa tentativa de esforço para a contemplação, alcance e admissão da possibilidade do suprassensível por intermédio de postulados, concede o caráter unificador desta “teologia filosófica” kantiana. Isso, justificamos, pelo fato de que, é o próprio Kant quem postula um Autor Moral do mundo. Como a filosofia deve posicionar seus esforços para o máximo de abordagens conceituais possíveis, fica quase que inevitável, tecer considerações também sobre religião e 15 divindade. Uma filosofia que não aborde tais conceitos quer seja para defender, explorar de forma neutra ou contestar, é de todo, incompleta. De maneira que, se a filosofia ou qualquer outra ciência aborda em suas investigações tais conceitos, esta ciência é também, uma ciência teológica. Mas, além de ser uma filosofia teísta do ponto de vista moral, o pensamento de Kant é também, em seu resultado, teleológico. Pois, para nada valeria a filosofia moral sem a sua doutrina mais poderosa, a da possibilidade teleológica, ou seja, a doutrina do fim último dada nos postulados da razão prática e da religião, sem a qual a moralidade desmoronaria em total vacância. Não é pretensão deste trabalho, pois, o de expor a relação entre a religião e moral em Kant de maneira detalhada devido a existência de grande quantidade de obras que já se dispuseram a retratar este assunto, ao menos de forma sucinta. Entretanto, não escaparemos por completo dessa abordagem em alguns momentos, por se tratar de um laço peculiar do sistema kantiano. Entendemos que a religião não está identificada de maneira secundária na obra de Kant, mas que, todo o sistema visa, profundamente, uma exposição da religião de Kant, que é uma religião da ética fundamentada em sua máxima racional, no sentido de que entendemos que é, a doutrina moral que, serve aos propósitos de uma religião universal, determinada ao fim temporal e indeterminada como possibilidade supra sensível, e em cujos signos maiores do amor e do respeito devem ser sustentadas. Assim, o próprio filósofo nos mostra em sua Metafísica dos Costumes, a saber, que: Neste contexto, toda via, o amor não é para ser entendido como sentimento (sensação), isto é, como prazer na perfeição de outros seres humanos; o amor não é para ser entendido como regozijo neles (uma vez que os outros não podem submeter alguém à obrigação de ter sentimentos). Tem, ao contrário, que ser concebido como a máxima da benevolência (como prático), que resulta em beneficência. O mesmo é válido quanto ao respeito ser mostrado pelos outros. [...] de acordo com a lei ética da perfeição "amor ao teu próximo como a ti mesmo”, a máxima de benevolência (amor prático aos seres humanos) constitui um dever de todos os seres humanos no seu relacionamento mútuo, quer os achemos ou não dignos de amor. (KANT, 2010b, p. 198). Assim, a razão é posta tanto a serviço da filosofia como da Religião dentro das suas limitações. Entretanto, não se trata de uma teologia natural, mas de uma religião embasada na 16 filosofia prática, ou seja, uma religião pautada sobre as investigações filosóficas mais profundas que a razão pode alcançar em conformidade com seus postulados morais Por fim, objetivamos apresentar no primeiro capítulo como Kant assenta o conceito de Deus na razão enquanto ideia que abarca todo o real e também da perfeição, além de necessidade teleológica e como móvel da lei moral. Neste último enfatizaremos o exato instante do surgimento da religião a partir da filosofia moral kantiana, quando em suas máximas internas, o ser racional conforma sua vontade com a lei mediante a ideia de um Deus legislador, ou seja, cumpre seu dever como se fosse mandamento divino, numa motivação mediante esta ideia. Por conseguinte, no segundo capítulo, desenvolveremos acerca do rompimento de Kant com a metafísica dogmática no que diz respeito aos argumentos tradicionais para a existência de Deus, onde nosso filósofo apresenta suas contundentes objeções ao argumento ontológico, ao cosmológico e ao físico-teleológico. Ainda neste capítulo, faremos breves considerações referentes ao conceito de existência no pensamento kantiano, ponto este que entendemos como um dos pontos chave no presente estudo. E, por último, concluiremos com o fechamento das Críticas sob a perspectiva do argumento moral de Kant para a existência não determinada de Deus enquanto uma teleologia necessária da moralidade. Deste modo, conduziremos a nossa divisão para a solução de nosso filósofo em confluir através da discussão entre teleologia e argumento moral a razão teórica com a razão prática.




O Argumento Moral para a Existência de Deus de Immanuel Kant

RESUMO 
O título da pesquisa sugere dois momentos em especial, a saber, em primeiro lugar, que será dado enfoque a um panorama geral do que venha a ser o conceito de religião em Kant, com o intuito de esclarecer o exato momento no qual se pode determinar, em sua filosofia, a passagem da moral à religião. Contudo, procuramos explicar, resumidamente e na medida do possível – considerando-se o cronograma da pesquisa – a arquitetônica que o filósofo estudado desenvolveu com vistas a explicar filosoficamente o conceito de religião a partir da moralidade, em seus escritos, acerca destes respectivos termos. No segundo momento abordamos especificamente o problema teleológico enfrentado pelo argumento moral kantiano para a existência de Deus. Logo, a problematização é iniciada com considerações preliminares sobre religião e consolidada a partir da análise da segunda parte do tema proposto, o qual faz referência ao argumento moral (propósito fundamental de todas as críticas e em especial da segunda) e a questão teleológica, ou seja, da finalidade última de toda causalidade racional. Ora, como o conceito postulado de um Legislador Supremo pode se harmonizar aos propósitos finais da lei moral e das leis da natureza num processo puramente transcendental? Com efeito, a exaustiva tarefa de Kant foi, pois, a de conciliar a teleologia da natureza com a teleologia da liberdade promovendo a ponte que faltava entre a razão teórica e sua extensão, a razão prática. Assim, sua filosofia crítica se constituiu em ligar o fim moral com os fins da natureza no juízo reflexivo teleológico. Sem que possa ser determinada a natureza de Deus no campo teórico da razão, a sua existência pode ser naturalmente admitida como um conceito que abarca em si toda conformidade aos fins da razão, tanto teórica como prática. Estes fundamentos são postos a partir das obras críticas, enquanto que se trata de uma valoração ético-religiosa oriundas das normativas da razão, a qual se alinha com a exaltação do filósofo à lei moral tomando como representação a liberdade do dever. Palavras-chave: Kant. Religião. Argumento Moral. Teleologia.